Esta nossa sugestão tem início
junto ao castelo de Abrantes e términos em Montemor-o-Novo também junto ao
castelo numa extensão de 175 KM.
É um trajecto que estamos
convictos agradará a qualquer motociclista independentemente do motociclo que
utilize.
Os locais para visitar são
inúmeros e deixamos à consideração de cada um, contudo não podemos deixar de destacar
o Castelo de Belver (no mínimo uma hora será sempre necessária para a visita e
deverá ter em linha de conta o horário em que o mesmo está aberto) e que
pensamos ser de visita obrigatória.
A paisagem é muito
interessante e o prazer da condução está garantido.
Nos primeiros quilómetros
haverá três travessias do Rio Tejo sendo que sugerimos que a travessia em
direcção à Praia Fluvial de Ortiga seja feita só após a saída da aldeia de Casa
Branca (cerca de 3 km) virando à esquerda (a sinalética existente é bem visível
e tem indicação para “Barragem de Belver”).
Somos de opinião que em paisagísticos
desde esta viragem à esquerda para a Praia Fluvial de Ortiga até Gavião será o
troço com a paisagem mais interessante.
São inúmeras as alterações
que podem ser efectuadas ao gosto de cada um a esta nossa sugestão como por
exemplo, fazer a ligação até Avis via Alpalhão, Crato, Alter do Chão, Ponte de
Sor ou Fronteira, Avis.
Em Arraiolos sugerimos uma
paragem bem no centro da vila para uma visita à Republica do Petisco (aqui)
onde poderão repor todas as calorias em falta através de um pequeno lanche ou
refeição sendo a oferta muitíssimo variada e a preços simpáticos para a região.
Alguma informação sobre o Castelo Medieval de Belver.
É considerado um dos mais
completos da arquitectura militar medieval portuguesa, ergue-se isolado no alto
de um monte granítico, a Oeste da vila, em posição dominante sobre a
confluência da ribeira de Belver com a margem direita do rio Tejo, guarnecendo
a então chamada Linha do Tejo.
Reza a história, que ao
visitar o Castelo, a filha de D. Sancho I, afirmou: "Este Castelo tem Bel
Ver!" e assim ficou.
Durante o reinado de D.
Sancho II (1223-48) guardavam-se aqui os dinheiros do tesouro real. No século
XVI foi habitado pela princesa Joana e nele esteve encarcerado, na juventude, o
poeta Luís Vaz de Camões (1553).
A estrutura apresenta planta
com formato aproximadamente oval, com a torre de Menagem ao centro e capela renascentista.
A torre de menagem apresenta
planta quadrangular com cunhais de cantaria e paredes espessas (cerca de 4
metros no primeiro pavimento). O primeiro pavimento tem acesso por uma porta
tripla em arcos redondos rasgada na face Sul, precedida de escada em alvenaria
de pedra granítica adossada. No pavimento deste piso, pode-se visitar a
cisterna escavada na rocha. Nele rasga-se ainda uma janela de moldura
rectangular e ergue-se uma escada de acesso para a sala do segundo piso. Neste,
por sua vez, rasgam-se uma janela semelhante à do pavimento inferior, uma porta
em arco redondo a dar para os vestígios de uma antiga varanda e uma outra
porta, também em arco redondo, que dá acesso à escada para o eirado. Este
último apresenta ameias pouco largas e adarve que rodeia a cobertura telhada da
torre. Os pisos superiores têm sido aproveitados na promoção de eventos
culturais.
A cerca (muralha) apresenta
adarve em todo o perímetro, ameias em alguns trechos e seteiras, reforçada por
cubelos e dois torreões de planta rectangular, com as golas abertas para o
adarve. A Sul abre-se a porta principal, em arco de volta redonda, datando do
século XV, ladeada por dois cubelos desiguais. No lado Oeste, localiza-se uma
cisterna, com duas bocas redondas, e no lado Norte, ergue-se a Capela de São
Brás. No interior desta capela destacam-se o altar-mor de talha e os numerosos
bustos-relicários das relíquias da Palestina que outrora se expunham sobre o
altar, oferecido pelo Grão Prior do Crato ao príncipe D. Luís, filho de D. Manuel
I.
O terramoto de 1755,
causou-lhe sérios danos estruturais, agravados pelo estado de abandono em que
mergulhou durante o século XIX, quando passou a ser utilizado como cemitério da
povoação de Belver (1846).
No século XX, o terramoto de
1909 causou novos danos à fortificação, despertando a atenção das autoridades,
que o elevaram à categoria de Monumento Nacional desde Junho de 1910. Na década
de 1940 foram-lhe procedidas obras de reconstrução integral, a cargo da
Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) (1939-1946).
Posteriormente, foram-lhe procedidas intervenções de conservação nas muralhas,
telhados e na capela (1976), na instalação eléctrica (1986), na torre de
Menagem (1987-1988).
À época da Reconquista
cristã da península Ibérica, uma onda de assaltos das forças Almóadas sob o
comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, determinou o recuo das fronteiras
cristãs para a linha do rio Tejo (1190-1191). Nesse contexto, em 1194, D.
Sancho I (1185-1211) doou a região entre o rio Zêzere e o rio Tejo, denominada
Guidintesta, Guidi in testa ou ainda Costa, ao prior da Ordem dos
Hospitalários, D. Afonso Pais, para ali se construir um castelo, denominado de
Belver pelo monarca. Em 1210, quando D. Sancho I ditou o seu testamento, os
Hospitalários, já ali instalados, receberam parte expressiva de sua herança,
acreditando-se, por fontes coevas que o castelo estivesse concluído entre esse
ano e o de 1212.
Entre 1336 e 1341, a vila de
Belver e seu castelo constituíram uma das Comendadorias mais importantes da
Ordem do Hospital, embora a sua Sede e a Casa Capitular tenham permanecido em
Leça do Balio.
Após a crise de 1383-1385,
sob o reinado de D. João I (1385-1433), as guerras com Castela renovaram a
importância estratégica da posição lindeira de Belver. Por esse motivo, já por
volta de 1390, o Condestável D. Nuno Álvares Pereira mandou reconstruir as suas
primitivas defesas, das quais só se conserva hoje a parte inferior da torre de
Menagem.
Ao se iniciar a dinastia
filipina (1580), o castelo e a sua povoação se mantiveram fiéis a D. António,
Prior do Crato. Data desse período, final do século XVI, a construção da capela
sob a invocação de São Brás. No contexto da Restauração da independência portuguesa,
há notícia de que o arquitecto Cosmander teria procedido reforços nas defesas
do antigo castelo.
Para este passeio utilizamos
uma BMW R 1150 GS.
Fica pois a nossa sugestão na convicção que irão no mínimo desfrutar tanto como nós.










